Parabéns;


Sua disposição em se cuidar e ser cuidado, é compromisso fundamental para o desenvolvimento de um estado de felicidade.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ouvindo o silêncio



Fecho meus olhos e vejo um lindo flamboyant a beira de um lago translúcido,  ouço o ruído das águas sendo beijadas pelos galhos floridos que se deixam levar ao vento. Uma brisa leve trás o som das suas folhas e flores a atritarem-se ao sabor do vento.

Eu ouço o silencio.

Vejo ao longe uma garça muito branca feito nuvem a atravessar a minha paisagem. O vento balança os galhos do flamboyant tocando o leito das águas. O sol se esconde no horizonte em tarde primaveril, a brisa morna, o céu laranjo-avermelhado. O grande sol no horizonte a abençoar com seu olhar misterioso todos os seres da natureza.
Eu ouço o silencio.

Busco minha alma companheira e amiga, diz minha alma serena e boa, conta a meu coração tuas aspirações, dá-me forças para ir buscar no fim do mundo o que desejas a fim de te contentares e sentir em meu coração o reflexo de tuas alegrias.
Livra-me companheira querida dos dissabores desta vida, dá-me o encanto que somente tu podes encontrar. Empresta-me a tua beleza a fim de alegrar meus dias. Rogo-te não me deixes ao desamparo. Busca-me assim como te busco, encontra-me e fala-me sobre os teus desejos. Sonha em meus sonhos e não me sentirei mais tão só.
Sei que não apareces por temer minha indiferença, mas prometo-te, a ti e a mim, reconsiderar qualquer decisão desprezível que tenha feito a teu respeito. Mostra-te a mim para que eu viva melhor, para que as alegrias de meus dias possam ser mais coloridas e perfumadas e enfeitada com a tua presença.
Amiga querida, aprendi a amar-te nestes últimos dias.

Gostaria de ter-la conhecido antes, mas meu coração imaturo não soube reconhecer-te e permitiu que estranhos interferissem entre nós, mas agora sei que és minha conselheira, minha amiga, benção dos céus. Peço-te não me abandones e avisa-me quando eu não puder lhe ver e quando eu estiver perdida, ampara meu coração desmedido por vezes, insano em outras. Se minha conselheira e amorosa mãe. Una-te a mim. Ouvir-te-ei no silencio das noites e festejarei contigo nas manhãs ensolaradas, trabalharemos no dia e ao anoitecer voltaremos a visitar o flamboyant ouvindo o seu silencio no tocar de seus galhos e suas flores nas águas desse lago translúcido com o vento sereno e morno. O céu de primavera enfeitado pelo sol gigante a abençoar-nos junto a toda a natureza.

Elizabete Páscoa Martins

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

As Muralhas


Em um breve histórico sobre a humanidade poderemos reconhecer que os seres humanos sempre tiveram uma necessidade urgente de proteção. Para isso construiram muros. Primeiramente com o objetivo de evitar as invasões.
Desde há muito, os muros tem cumprido o seu papel principal, proteger as populações que se encarceravam por detrás deles. Sejam muros de concreto propriamente dito, ou os muros construídos com as divisas ilusórias que separam países, impedem a imigração e que são respeitadas como grandes muralhas.

As muralhas de Jericó é uma das primeiras que a história nos dá notícia. Foi na derrubada das muralhas de Jericó que o povo de Israel pelo comando de Josué, retomou a terra de Canaã.
Existe Muralha da China que foi construída no decorrer de dois milênios, abrangeu muitas dinastias, sua construção teve início no ano 220 A.C. e sua conclusão ocorreu somente no século XVI, e foram encontradas quando os europeus chegaram ao continente asiático.
As muralhas construídas na antiguidade serviam para guardar as aldeias protegendo-as dos invasores e formavam os reinados. Ali a população estava protegida sob a égide de um rei ou um senhor feudal, e tudo acontecia dentro dos muros, fora deles apenas os aventureiros, os bandidos, os perigos, os riscos.
Os homens viviam em pequenos isolamentos mas reunidos com um objetivo, defenderem-se dos invasores.
Com o transcorrer dos tempos são colocados mais próximos aos seus semelhantes. Os homens derrubaram os muros que cercavam os ideais e as idéias de uma determinada aglomeração. A comunicação alcançou todos os recantos do mundo. O muro de Berlim foi derrubado e aparentemente o ideal dos homens deveria ter sido alterado, mas não se alterou.

Os homens ainda vivem em separatividade.
Criam muros interiores que os encerram dentro deles mesmos.
A separação agora é individual.
Não há mais partilha no aprisionamento, não há mais união para proteção contra os invasores.
O homem está só dentro de sua própria muralha.
O desenvolvimento tecnológico e a globalização derrubaram todos os grandes muros que a humanidade construiu para evitar perigos, protegerem se dos maus.
Não mais existem os muros protetores das cidades, todos os homens estão expostos ao sol causticante da transformação que causa a proximidade e o contato com o seu semelhante.
Trata-se da hora de rever as criações das muralhas interiores, que os homens agora constroem para isolarem-se dos perigos que o seu próximo representa.
Cuide de derrubar as suas muralhas.

Por Elizabete Martins